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14 de out. de 2012

AMIZADES ANTIGAS E ATUAIS

            É certo dizer que amigos de infância são temporários e que amigos na maior idade são para a vida toda? Complicado isso, mas para cada pessoa há uma resposta certa, ou só mais uma pergunta. É bom olharmos para trás e vermos que tivemos bons amigos, e assim guardar boas lembranças de tempos que jamais serão apagados. Melhor ainda é quando eles podem nos acompanhar em novas aventuras que o tempo proporciona. Mas quando não podem seguimos em frente e assim conquistamos novos amigos, que até substituem os antigos, mas que muitas vezes ganham um espaço maior até do que os que já se foram.
            A seguir um relato sobre isto, um caso entre vários que podem acontecer:


       “... Antes de começar a falar digo que, antigamente sempre tive péssimas amizades. Já hoje em dia tudo está totalmente diferente, minha vida se tornou o contrário do que era.
       Sempre tentei saber o porquê disso, mas nunca descobri. Cada um ali queria ser melhor que o outro ou queria ser o destaque em certas brincadeiras. Às vezes eu me metia em certas coisas e acabava me dando mal, depois rolavam brigas e etc. Sempre aconteciam discussões, eles me xingavam e eu por minha vez também dava o troco. Não me chamavam para nenhum lugar e eu também fazia a mesma coisa. Hoje em dia eles têm mais "cabeça", já são grandes e pensam melhor no que fazem para não cometerem as besteiras de antigamente. Sei que não preciso mais deles, eu só os tinha por perto porque eles eram meus amigos de infância, moravam no mesmo condomínio e tal.
       Depois de muito tempo parti para outros lugares, descobri gente nova, mais interativa e que se preocupa comigo. Os meus amigos atuais são bem maneiros pelo simples fato de também curtirem o que eu curto, é totalmente diferente! Eles não moram na mesma cidade que eu e sim no interior muito distante da capital. Vou lá algumas vezes pelo ano e nos divertimos bastante batendo um papo, bebendo e indo a shows. Até já trabalhei por um curto período de tempo como segurança, só pra curtir uma festa com os manos de lá.
       Antigamente em minhas amizades não tinham nada disso, agora a maré mudou ao meu favor. Por isso que não me arrependo de nada que aconteceu na minha vida... ”


Wilson Vargas, 20 anos, Salvador – BA



            Como percebemos este caso pode ser resumido em duas palavras: incompatibilidade e familiaridade. No passado dele o processo de socialização sem opção, ou seja, fazer amizade com quem há ali e pronto. Já no estado presente vemos os gostos em comuns, depois de adquirida a maturidade podemos voar para ares onde nos acolhem melhor, ser livres para ter os amigos que queremos ter.
            Quando somos novos muitas vezes nos deparamos com esta situação, algo chato, pois quase sempre nos vemos envolvidos com pessoas “nada haver” conosco. Há circunstâncias ao qual a vida nos impõe isso, seja num bairro, escola ou até mesmo na família, temos que tentar driblar as diferenças para quem sabe futuramente ter um ambiente opcional para estar. Claro que ter liberdade de escolher com quem ficar é ótimo, ainda mais quando são pessoas que só nos fazem bem, podemos ser quem somos sem ter medo de causar más impressões. Zuamos e curtimos a vida de um modo diferente, tudo parece ter sentido, até mesmo quando vivemos num filme em preto e branco.

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